Medidas de Eficiência Energética em Moradias – Construção Nova e Remodelação

As casas, sejam novas ou antigas, representam uma parte significativa do consumo energético global. Com os custos de energia em constante crescimento e as metas ambientais cada vez mais exigentes, investir em eficiência energética deixou de ser uma opção e passou a ser uma necessidade.


Este artigo explora as soluções que podem ser implementadas tanto em construção nova como em remodelações, demonstrando como pequenas e grandes intervenções podem resultar em poupanças económicas, maior conforto e valorização do imóvel.


Eficiência em Construção Nova

Construir de raiz permite planear cada detalhe com foco no desempenho energético. Eis a abordagem sugerida:

1. Planeamento arquitetónico e de engenharia:

  • Orientação solar adequada para aproveitar ganhos térmicos no inverno e minimizar sobreaquecimento no verão.

  • Ventilação cruzada para melhorar a qualidade do ar interior sem depender de sistemas mecânicos.

  • Sombreamentos naturais, como árvores ou beirais, que reduzem a necessidade de ar condicionado.

2. Materiais isolantes modernos:

  • Cortiça: material natural, amplamente utilizado em Portugal.

  • Lã mineral e fibras vegetais: desempenho térmico e acústico elevado.

  • Painéis de poliuretano: ideais para coberturas e fachadas com requisitos elevados.

3. Tecnologias integradas:

  • Painéis solares fotovoltaicos e térmicos.

  • Bombas de calor para aquecimento e águas quentes sanitárias.

  • Janelas de vidro duplo ou triplo com corte térmico.

  • Sistemas de aproveitamento de águas, podendo estar integrado com os restantes;

Com estas medidas, é possível alcançar moradias de consumo quase nulo (nZEB – Nearly Zero Energy Buildings).


Eficiência em Remodelações

Muitas habitações existentes foram construídas antes da regulamentação térmica moderna, apresentando atualmente grandes perdas de energia. Eis o tipo de abordagem sugerida:

1. Diagnóstico energético:

O primeiro passo é avaliar as condições da casa: infiltrações, janelas antigas, isolamento inexistente. Um certificado energético pode ajudar a identificar as áreas prioritárias.

2. Intervenções possíveis:

  • Isolamento térmico: aplicação pelo exterior (ETICS), insuflação em paredes ou isolamento em sótãos.

  • Substituição de caixilharias: instalação de caixilhos com corte térmico e vidros eficientes.

  • Sistemas de climatização: substituição por equipamentos de classe A+++, como bombas de calor e ar condicionado inverter.

  • Iluminação LED e automação doméstica: sensores de presença e gestão inteligente da energia.

  • Ventilação natural ou mecânica: quer por introdução da mesma ou substituição das soluções existentes incapazes. 

3. Incentivos e apoios:
Em vários países da União Europeia, incluindo Portugal, existem programas de apoio financeiro para remodelações energéticas. Estes incentivos podem cobrir parte do investimento inicial, tornando o projeto mais acessível.


Benefícios para o Proprietário

  • Redução de custos energéticos: uma moradia bem isolada e equipada pode reduzir a fatura em até 70%.

  • Conforto térmico e acústico: casas mais quentes no inverno, frescas no verão e silenciosas.

  • Valorização do imóvel: casas com elevado desempenho energético são mais atrativas no mercado imobiliário.

  • Sustentabilidade: menor emissão de CO₂, contribuindo para os objetivos ambientais globais.


Conclusão

A eficiência energética em moradias é, acima de tudo, um investimento de longo prazo. Quer se trate de uma construção nova ou de uma remodelação, cada intervenção traz benefícios diretos ao proprietário e à sociedade.


O futuro da habitação está nas casas inteligentes, sustentáveis e de baixo consumo, capazes de oferecer qualidade de vida sem comprometer os recursos naturais.

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